04/05/2011 , 14:49
DOCES VENENOS
Uma coisa muito interessante (para quem gosta) é acompanhar a evolução das doenças ao longo da história e dos países, pois ela nos fornece uma oportunidade ímpar de aprendizado. Na década de 60, por exemplo, houve o incremento do movimento de liberação feminina, com protestos e queima de sutiãs em praça pública, com lutas por igualdade de oportunidades e condições de trabalho entre os sexos e no bojo disto a mulher passou a competir com os homens nos diversos campos de atuação. Isso trouxe mudanças importantes para a sociedade a ponto de a mulher já ser maioria nos cursos de mestrado e doutorado, estar aumentando sua participação nos concursos públicos, a magistratura e ministério público, até poucos anos feudos masculinos, estão sendo ocupados por crescente número de mulheres,etc.
A contraparte negativa desse movimento foram alguns desvios de rumo, como o fato de a mulher competir pelo lugar do homem, com as armas dele e não por um espaço próprio e com armas femininas. Ela acabou se masculinizando para ocupar um espaço que pode ser ocupado, (com maior eficiência) por posturas mais femininas e com isso atraiu para si doenças que até então eram prevalentes nos homens. Ao entrar nessa luta insana ela passou a fumar mais e o resultado foi uma explosão do câncer de pulmão entre as mulheres, aumentaram a incidência de hipertensão, derrames, infartos, etc, por ter confundido mudanças formais com mudanças estruturais.
O Japão, até a década de 70, tinha uma incidência de câncer de cólon abaixo de 500 mil casos por ano e próxima à da Índia, país onde quase não se consome carne vermelha e a partir desse período, com a ocidentalização de hábitos alimentares com aumento do consumo de carne vermelha e diminuição do consumo de peixe, houve uma explosão do câncer de cólon a ponto de, após 20 anos os casos estarem em um número 5 (CINCO) vezes maior (!!!) enquanto a Índia mantém o mesmo índice.
Na história recente do Brasil observamos um dado interessante, pois em 25 anos a desnutrição caiu pela metade diminuindo mortes por problemas nutricionais e a obesidade dobrou, fazendo explodir os gastos com as doenças degenerativas ligadas á obesidade, como câncer, derrames, enfartes, diabetes, etc a ponto de hoje gastarmos cerca de 1,5 bilhões de Reais (!!!) por ano com as doenças vinculadas a obesidade e um dado assustador é o de que a obesidade entre crianças e adolescentes aumentou em 66% nos Estados Unidos e em 240% no Brasil, em 20 anos, ou seja a nossa condição está piorando muito mais rápido do a deles.
Em 2004 a Organização Mundial da Saúde propôs um protocolo propondo a redução do consumo de açúcar no mundo, como forma de diminuir a ocorrência de diabetes e doenças degenerativas, mas o Brasil, maior exportador de açúcar do mundo se recusou a assiná-lo, por divergências entre os ministérios da Saúde e Agricultura, embora hoje se tenha bem estabelecido que, quanto maior o consumo de açúcar e outros carboidratos refinados (batata, pão branco, etc) maior é a incidência do Diabetes e suas conseqüências. Só para constar, a maioria das crianças hiperativas e irritadas melhoram consideravelmente quando reduzem o consumo de doces, balas, refrigerantes (principalmente as “Colas”), chocolates, sorvetes, etc melhorando sua nutrição.
Todas essas evidências nos fazem lembrar uma música que dizia, “tudo que eu gosto é ilegal, imoral ou engorda”, mas é conveniente não fecharmos os olhos a elas, pois nossa saúde e nossa qualidade de vida dependem diretamente das escolhas que fazemos enquanto ainda temos saúde e nosso corpo ainda tem capacidade de se recuperar dos estragos que lhe impomos através de nossos maus hábitos, alimentares ou não e nesse sentido, a informação é um dado crucial para direcionar as escolhas que vamos fazer, não só na estética, mas também no bem-estar.
Dr. José Roberto C. Souza
Médico Homeopata
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