04/05/2011 , 14:47

ORGASMO? MUITO PRAZER.

Existem 2 problemas que acometem um número significativo das mulheres: um deles é a incontinência urinária ao esforço, uma situação desagradável e constrangedora em que ela perde urina ao tossir ou se esforçar e que até a pouco tempo era quase exclusividade de mães que sofriam ruptura do períneo durante trabalhos de parto, mas hoje já a encontramos em mulheres que não sofreram tais rupturas; o outro problema é a dificuldade feminina com o orgasmo.

Segundo pesquisas, a absoluta maioria das mulheres nunca ou raramente têm orgasmo durante a relação sexual. Se considerarmos que a função sexual plena é um sinal de boa saúde, cabe perguntar o que está acontecendo na intimidade das pessoas.

Um aspecto importante e que não pode ser desprezado ainda é o cultural, o educacional. Os homens não são instruídos na arte do “fazer amor” e aprendem, mal e porcamente, a fazer sexo; não conhecem a anatomia da genitália feminina, não são informados acerca das diferenças de tempo nos processos da excitação masculina e feminina (o homem leva em torno de 3 minutos para ir da excitação ao orgasmo, e a mulher precisa em torno de 13 minutos); não têm a necessária habilidade para procurar  posição, movimentos e ritmo mais adequados para estimulá-las ao prazer e não são, em geral, abertos ao diálogo, não se interessam em saber se “foi bom pra você, como foi pra mim?”. O resultado de tudo isso é um distanciamento físico, que ao longo dos anos resulta em afastamento emocional e, muitas vezes, em separações conjugais.

Muitas vezes durante a consulta médica, ao serem interrogadas acerca da função sexual e se têm orgasmo, muitas mulheres respondem “não sei” e o óbvio é, se não sabem, é porque não têm!

Pelo lado da mulher temos algumas causas contribuintes para a insatisfação sexual: a forma como as gerações anteriores mais recentes foram educadas, em que o assunto sexo era um tabu. Muitas mulheres chegavam à puberdade sem saber o que era a menstruação, sem saber o que era uma relação sexual e até mesmo sem saber que o homem teria ereção. Não foram ensinadas a cobrar do homem a forma correta de tratá-las, física e emocionalmente, não foram instruídas a exigir o seu direito ao prazer e que apenas deveriam se contentar com migalhas afetivas e sexuais. Conheço mulheres que foram conhecer orgasmo após os 50 anos, em um segundo casamento onde foram tratadas com respeito e com carinho, promovendo um resgate de sua identidade feminina.

Existe porém uma grande causa para as disfunções sexuais e genitais da mulher e que está ligada aos hábitos da vida moderna, ao excesso de conforto. A musculatura da pelve feminina é muito pouco exigida nos dias de hoje e isso resulta em flacidez e perda de tônus nessa região, com conseqüências adversas para o parto e a sexualidade; uma vez que a musculatura é pouco exercitada e frágil, se torna mais propensa a rupturas durante o parto o que aumenta a incidência de incontinência urinária (perda involuntária da urina) e como tem pouco tônus e pouca força, tem mais dificuldade em se ajustar ao órgão sexual masculino e isso diminui a sensibilidade da vagina ao estímulo sexual. Uma pesquisa mostrou que a força da musculatura vaginal das índias, que passam uma grande parte do tempo no movimento de agachar e levantar, chega a ser cinco (!!!) vezes maior que a das mulheres brancas e entre elas são raros os casos de ruptura de períneo e de incontinência urinária por esforço.

A dança do ventre, por trabalhar muito a musculatura da cintura e da pelve é um valioso meio de acentuar a feminilidade e há uma técnica, infelizmente pouco conhecida e pouco valorizada pelos médicos,que é a chamada “Fisioterapia urogenital” em que com exercícios e estímulos adequados a musculatura perineal é fortalecida e pode, em grande parte dos casos, acabar com a perda involuntária de urina e melhorar muito o desempenho sexual da mulher, no sentido da obtenção do prazer.

Dessa forma, se nós homens e vocês mulheres aprendermos a nos conhecer melhor e a mulher procurar o apoio de técnicas como essas, poderemos mudar o título desse texto para “Muuuuito prazer, Orgasmo”

Dr. José Roberto C.Souza

Médico Homeopata

 

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