04/05/2011 , 15:02

QUE DOENÇA VOCÊ QUER TER?

Câncer, diabetes, infarto, derrame, Alzheimer ou hipertensão são boas opções para você? Você pode tê-las ou evitá-las, dependendo do seu estilo de vida e dos seus hábitos alimentares. Todas essas doenças, algumas das mais prevalentes nos tempos de hoje, possuem alguns pontos em comum como fatores desencadeantes. Do ponto de vista metabólico o elo entre todas elas é a chamada “inflamação silenciosa”, um quadro crônico que apenas exames laboratoriais, alguns bem comuns e outros mais refinados, podem sugerir. Lamentavelmente são poucos os médicos que sabem identificar os sinais subclínicos que indicam a existência dessa inflamação silenciosa que, a longo prazo, poderão gerar  alguma daquelas graves e indesejáveis doenças.

Um indicativo “evidente” de alguma doença degenerativa futura é o acúmulo de gordura abdominal, a popular “barriga de cerveja”. Quem engorda na barriga pode se preparar para alguma daquelas doenças e de modo geral o primeiro passo evidente da degeneração, além da própria barriga, é a alteração da pressão arterial.

A chamada “gordura visceral”, que é aquela que se acumula entre as alças intestinais e se deposita também no fígado e outros órgãos, tem a capacidade de secretar hormônios como a Resistina que, como sugere o nome, aumenta a “resistência à insulina” (R.I.), fazendo com que os carboidratos consumidos, ao invés de nutrirem as células, se acumulem como gordura abdominal, gerando um círculo vicioso que apenas pode ser rompido com mudanças importantes nos hábitos alimentares, associados à atividade física.

Alguns exames, mesmo estando normais, podem sugerir a existência da resistência à insulina, como a desproporção entre os Triglicérides e o Colesterol HDL (o “bom” colesterol). Sempre que a relação entre os TGL e o HDL ultrapassa 2:1, é indicativo daquela resistência. Dessa forma se temos os Triglicérides em 150 mg (o limite normal) e um Colesterol HDL em aceitáveis 50 mg, temos 3 para 1 na relação entre TGL e HDL, o que já sugere a existência incipiente da  resistência à insulina.

Na avaliação do perfil de inflamação silenciosa, temos outro exame pouco solicitado,  que se chama PCR Ultra-sensível, que sugere atividade inflamatória na camada interna dos vasos sanguíneos, local onde as placas de colesterol irão se depositar levando ao aparecimento de obstrução, pelo processo de aterosclerose. Outros exames complementam o quadro, como a Dosagem da Homocisteína, a Microalbuminúria e a GGT (gamaglutamil transferase), exame esse que pode ser indicativo de sobrecarga do fígado por deposição gordurosa naquele órgão, a chamada esteatose hepática.

Um sinal clínico interessante, sugestivo de transtornos circulatórios no sexo masculino, é a diminuição ou ausência de ereções noturnas, bem como a diminuição da intensidade da ereção em situações de excitação sexual, pois ela é um fenômeno dependente da boa condição circulatória e se ela perde a intensidade, pode-se suspeitar de alterações na irrigação sanguínea do pênis, lembrando que as primeiras manifestações da má circulação ocorrem nos pequenos vasos, como os do pênis. A sensação de peso ou cansaço nas pernas é outro dado que leva à mesma suspeita.

Uma alimentação deficiente em nutrientes como vitaminas e minerais, capazes de agir como antioxidantes, promove uma maior oxidação do colesterol “ruim”, levando-o a se depositar em locais como as coronárias ou nos vasos cerebrais, podendo facilitar o aparecimento de infarto ou derrames e se o indivíduo é fumante, o quadro se agrava ainda mais, pela diminuição dos níveis de oxigênio no sangue e só pode piorar, quando se aumenta  o consumo de gorduras animais e a vida é sedentária.

Portanto se você quer diminuir a chance de ter alguma daquelas doenças, diminua a carne vermelha, pare de fumar, reduza drasticamente os carboidratos simples (Trigo refinado, batatas, álcool, coisas doces), aumente o consumo de verduras e legumes crus, frutas, arroz integral, sementes, raízes, castanhas, etc e procure ter atividade física regular. O uso de suplementos vitamínico-minerais pode ser um valioso auxiliar, principalmente quando se tem uma atividade estressante, pois o stress é um grande “ladrão” dos fatores protetores contra as doenças degenerativas.

A escolha é sua.

Dr. José Roberto C. Souza

 

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